5 Livros em que nada é como parece
Algumas histórias são retas e diretas, e nos dizem de cara tudo que precisamos saber sobre seu enredo. Outras empregam algumas torções que mudam a lógica interna do roteiro, proporcionando ao leitor uma viagem emocionante. E além desses, existe as cinco obras indicadas abaixo, que buscam mexer com a sua mente das formas mais contundentes possíveis.
São livros que te fazem pensar que você sabe o que está acontecendo, apenas para torcer completamente a sua percepção ao final da leitura. No entanto, após virar a sua última página, tudo que queremos é voltar e lê-los novamente, apenas para ver se por acaso deixamos escapar algo nesse processo todo:
✔ Mentirosos (E. Lockhart)

Mas tudo desmorona durante o verão de seus quinze anos, quando Cadence sofre um estranho acidente. Ela passa os próximos dois anos em um período conturbado, com amnésia, depressão, fortes dores de cabeça e muitos analgésicos. Toda a família a trata com extremo cuidado e se recusa a dar mais detalhes sobre o ocorrido… até que Cadence finalmente volta à ilha para juntar as lembranças do que realmente aconteceu.
‘Mentirosos’ é um suspense moderno e sofisticado, impossível de largar até que todos seus mistérios sejam desvendados. Ao mesmo tempo, a prosa lírica e o estilo seco e denso o fará mergulhar de cabeça no mundo dos Sinclair e nas crescentes angústias de Cadence — para então vir à tona completamente impactado. (Editora Seguinte)
✔ A Volta do Parafuso (Henry James)

Consideradas uma ponte entre o romance do século XIX, suas obras constituem um permanente estudo psicológico de uma civilização corrompida pelo afã de riqueza, cuja única salvação reside no reconhecimento de suas formas de vida e dos valores culturais e morais tradicionais. Na desconcertante A Volta do Parafuso (1898), Henry James atinge sua expressão máxima como romancista. A obra tornou-se um modelo da narrativa do terror psicológico. (Editora Landmark)
✔ As Aventuras de Pi (Yann Martel)

O livro narra a trajetória do jovem Pi Patel, um garoto cuja vida é revirada quando seu pai, dono de um zoológico na Índia, decide embarcar em um navio rumo ao Canadá. Durante a viagem, um trágico naufrágio deixa o menino à deriva em um bote, na companhia insólita de um tigre-de-bengala, um orangotango, uma zebra e uma hiena. A luta de Pi pela sobrevivência ao lado de animais perigosos e sobre um imenso oceano é de uma força poucas vezes vista na literatura mundial.
Uma obra-prima de Yann Martel que borra a linha entre o real e o faz de conta, com narrativas de duelos que são igualmente críveis, mas por razões completamente diferentes. (Editora Nova Fronteira)
✔ A Máquina Diferencial (William Gibson e Bruce Sterling)

A obra leva ao leitor uma versão alternativa da Inglaterra vitoriana. Neste novo momento histórico o Partido Radical trouxe mudanças impressionantes para o país. Pelas ruas da capital, cartolas e crinolinas misturam-se a cinétropos, gurneys e cabriolés. O trem metropolitano e o sistema de esgotos revolucionam a rede urbana. Tudo graças às conquistas científicas alcançadas pela Máquina: no auge da Revolução Industrial, os avanços promovidos pela tecnologia a vapor anunciam a era da informática, só que com um século de antecedência.
Mas Londres também é uma cidade em convulsão. O alvoroço causado pela turba desordeira assusta a população, especialmente as classes mais abastadas, que fogem para o interior. Além disso, uma conspiração mais sofisticada – porém não menos perigosa – parece ameaçar a segurança e a estabilidade de todo o país. (Editora Aleph)
Uma jovem encontra numa biblioteca um livro com anotações de um estranho. As margens repletas de observações revelam um leitor inebriado pela história e pelo autor da obra. Ela responde os comentários e devolve o exemplar, que o estranho volta a pegar. Ele é Eric, ela é Jennifer, e os dois começam um irresistível e inesperado diálogo paralelo à história do livro.
É esse velho exemplar típico de biblioteca – consultado, anotado, manuseado – intitulado O Navio de Teseu, de V. M. Straka, que o leitor encontrará dentro da caixa preta e selada de S. A lombada está visivelmente gasta e as páginas, amareladas, rabiscadas com comentários manuscritos em diversas cores. Entre as folhas há cartas, cartões-postais, recortes de jornal, fotografias e até um mapa desenhado em um guardanapo. O Navio de Teseu data de 1949 e é o décimo último romance de Straka, autor desaparecido cuja vida é um mistério. Notas de rodapé ao longo do livro tentam contextualizar e relacionar vida e obra do autor. Nas anotações a lápis e a caneta, porém, vê-se que Eric, um estudioso de Straka, parece não concordar com as notas da tradução. E as observações escritas por Jennifer, uma graduanda cheia de segredos que trabalha na biblioteca da universidade, mostram que ela percebeu isso.
Longe de ser um livro convencional, S. conecta ao menos quatro histórias que se desdobram ao mesmo tempo, embora não necessariamente em ordem cronológica. É um livro-jogo com várias possibilidades de leitura, que instiga o leitor a decifrar os mistérios, códigos e pistas contidos em toda a obra. Seja nas notas, nas margens ou nos outros itens da caixa, há sempre algo além do que se vê aguardando para ser descoberto. (Editora Intrínseca)
Longe de ser um livro convencional, S. conecta ao menos quatro histórias que se desdobram ao mesmo tempo, embora não necessariamente em ordem cronológica. É um livro-jogo com várias possibilidades de leitura, que instiga o leitor a decifrar os mistérios, códigos e pistas contidos em toda a obra. Seja nas notas, nas margens ou nos outros itens da caixa, há sempre algo além do que se vê aguardando para ser descoberto. (Editora Intrínseca)