Clássicos da Literatura que foram baseados em histórias reais
De acordo com o escritor Jack London: “Você não pode esperar para se inspirar, você tem que ir atrás dela em um clube.”. E foi durante o tempo em que viveu no Canadá e no Alasca, quando se viu cercado por cães e trenós em meio a Corrida do Ouro, que London inspirou-se para escrever O Chamado Selvagem, de 1903.
Depois de relatar aqui, em duas partes, alguns personagens da literatura inspirados em pessoa reais, descobri que também muitas outras obras literárias memoráveis tiveram suas histórias findadas nessas origens, veja abaixo a descrição de algumas delas.
✔ Ardil-22, de Joseph Heller

Este primeiro romance do autor foi aclamado pela crítica inglesa ao enfatizar, de modo irônico, o absurdo da guerra e as atrocidades cometidas nos campos de batalha. O livro inspirou o filme de guerra homônimo dirigido por Mike Nichols, uma peça de teatro apresentada no John Drew Theater de Nova York, a comédia M.A.S.H. de Robert Altman sobre a Guerra da Coreia e, mais recentemente, o 66º episódio da série televisiva Lost, intitulado Catch-22. Um clássico mais que atual nos dias belicosos de hoje.
✔ Crime & Castigo, de Fyodor Dostoyevsky

Enquanto estava na prisão, Lacenaire tinha escrito ensaios e poemas, se reuniu com jornalistas e pesquisadores, deu entrevistas, discursos e conferências de imprensa, ofereceu-se para estudos psicológicos, e até mesmo para ter uma máscara com os moldes de seu rosto, tudo em uma busca de virar um ícone da Injustiça Social e garantir uma notoriedade que perpetuasse após a sua morte. Não é claro se Dostoievski já havia criado o personagem Raskolnikov quando conheceu Lacenaire, mas há uma série de fortes semelhanças entre o assassinato do agiota Alyona Ivanovna do livro, com os crimes que Lacenaire executou trinta anos antes.
✔ Frankenstein, de Mary Shelley

Mary, teve um sonho sobre um cadáver que voltou à vida. Com base nesse sonho, ela escreveu Frankenstein. Com Percy encorajando a edição, ela concretizou a história ao longo do próximo ano e criou o que hoje é considerado uma obra-prima do horror gótico.
Embora muitos ainda se refiram incorretamente ao monstro como “Frankenstein”, na realidade esse é o nome de seu criador, Victor Frankenstein. E a própria criatura, na verdade, não tem nome.
Dadas as analogias óbvias com ‘Deus’, uma teoria popular sobre o por que do criador ser chamado Victor, afirma que é uma alusão ao poema Paraíso Perdido de John Milton , onde Deus é o “vencedor”. “Frankenstein” também não é um nome aleatório. A tradução literal seria “Pedra dos francos”, e há um famoso Castelo de Frankenstein, que, de acordo com Radu Florescu (um historiador romeno respeitado), Mary e Percy visitaram a caminho da Suíça.
✔ O Cão dos Baskerville, de Arthur Conan Doyle

Robinson levou Doyle para Dartmoor, e lhe contou uma lenda antiga sobre um latifundiário local famoso chamado Richard Cabell, que aparentemente vendeu sua alma ao diabo. A lenda local afirmava que existia uma grande matilha de monstruosos cães negros descendentes de mouros para escoltar a sua alma no inferno. Embora Doyle não tenha criado o tal livro em parceria com Robinson, depois de colocar algumas ideias rapidamente no papel ele acabou criando uma história que evoluiu para um dos casos mais famosos de Sherlock Holmes, seu primeiro em oito anos.
✔ Mulherzinhas, de Louisa May Alcott

Nascida em 1832, na Pensilvânia, Estados Unidos da América do Norte, Louise May Alcott sonhava em ser atriz, mas tornou-se escritora. Inspirou-se nas próprias experiências para escrever suas histórias. Foi educada pelo pai, o filósofo e educador Amos Bronson Alcott, tendo a oportunidade de conviver com intelectuais do círculo do pai, como Thoureau e Emerson. Em Mulherzinhas (1868), a autora apresenta o retrato de uma família de classe média norte-americana do seu tempo, salientado os seus valores morais: civismo e amor à pátria, que chega ao sacrifício de seus filhos, dedicação extrema ao lar e ao próximo. Este romance obteve muito sucesso no cinema com o título Adoráveis Mulheres.
✔ Os 39 Degraus, de John Buchan

Embora existam vários relatos conflitantes: uma versão da história diz que a filha mais nova de Buchan descia as escadas de dois em dois, anunciando que havia “39 passos” para a praia, enquanto outro afirma que, como houve na verdade 78 passos, Buchan cortpou o número pela metade simplesmente para o título ficar mais curto, ou então mudou, porque ele tinha 39 anos na época.
O romance inspirou o filme homônimo de Alfred Hitchckok, a peça de Patrick Barlow e a peça radiofônica de Orson Welles, e é considerado um dos dez melhores livros de espionagem da história.
✔ Três Homens e Uma Canoa Sem Esquecer o Cachorro, de Jerome K. Jerome

O calor do sol luminoso da mocidade nos aquece e nos enleva durante a irresistível leitura deste livro. O espírito irrequieto e engraçadíssimo do autor, essa alegria, essa força, essa doação generosa de vitalidade nos falam direto ao coração, nos enternecem profundamente, nos enchem de saudade, nos aproximam carinhosamente desses três rapazes cuja canoa vai subindo o rio Tâmisa e não há como resistir, nós subimos o rio Tâmisa junto com eles.