A escrita sexy, linda e brutal de Chuck Palahniuk, o autor do consagrado Clube da Luta, acaba de expandir a sua presença em território nacional com mais dois lançamentos dos seus trabalhos lançados por aqui pelas mãos habilidosas da Editora Leya.
Primeiro temos No sufoco, considerado por muitos como um ‘Clube da Luta pervertido’, que retorna às livrarias em uma nova edição e uma capa instigante.
Já Clímax é o trabalho mais recente do autor, e narra uma história curiosa envolvendo fama, ciência, magia e um brinquedo erótico que domina o mundo.
No sufoco
Um menino traumatizado por uma infância atribulada ao lado da mãe amalucada se transforma no adulto golpista Victor Mancini, o protagonista de ‘No sufoco’, de Chuck Palahniuk. Victor, um ex-estudante de Medicina que frequenta grupos sexólatras anônimos sem a menor intenção de curar qualquer compulsão, mas sim de conseguir mais parceiras sexuais, aplica diariamente o mesmo golpe – finge engasgar-se ao comer e estar prestes a sufocar. Comove quem o socorre, contando que passa por dificuldades financeiras, o que, invariavelmente, leva seus salvadores a lhe enviarem dinheiro. O dinheiro que obtém dos golpes nos bons samaritanos que o acodem serve para pagar o tratamento da mãe, internada em um sanatório com Mal de Alzheimer.
Um anti-herói detestável, Victor demonstra, entretanto, um intenso sentimento de solidariedade aos companheiros de trabalho e não quer que a mãe morra, embora não sonhe com sua melhora. Mesmo assim, o autor adverte logo nas primeiras páginas que seu livro é a biografia de alguém que nutre um profundo desprezo pela humanidade. Enquanto transita pelo mesmo universo sombrio dos personagens de ‘Clube da luta’, como os grupos de ajuda anônimos, Victor tem um emprego tão insólito quanto seus hábitos sociais, trabalhando num museu a céu aberto em que todos os empregados usam trajes de época e fingem estar congelados no ano de 1734. Entre as punições dadas a quem se comportar como se vivesse em outro século, como, por exemplo, esquecer-se de tirar o relógio do pulso, há castigos físicos e humilhantes. Victor suporta tudo com suas observações cínicas e sarcásticas, que só não são suficientes para protegê-lo da verdade sobre sua origem.
Clímax
O mesmo autor de Clube da Luta apresenta um retrato afiado do feminismo, do prazer sexual e do apocalipse do marketing em uma nova narrativa sobre as psiques desconjuntadas de homens e mulheres contemporâneos. Penny Harrigan é uma jovem recém-formada em Direito que trabalha no maior escritório de advocacia de Manhattan. Vinda do meio-oeste, ela mora em um apartamentinho no Queens com duas colegas e há tempos não tem nem sinal de vida amorosa.
Por isso, imagine o choque que leva quando C. Linus Maxwell ¿ ou “Clímax”, o megabilionário famoso por casos com as mulheres mais lindas e cobiçadas do planeta – a convida para jantar? Pois ele não só a leva ao restaurante mais badalado de Nova York, como também a uma cobertura em Paris onde, caderneta à mão, começa a conduzi-la por dias e dias de ápices insonháveis de prazer orgásmico. Vai reclamar?
Sim: Penny descobre que é a cobaia na etapa final de pesquisa e desenvolvimento da Beautiful You, uma linha de apetrechos sexuais que serão vendidos às mulheres do mundo todo numa cadeia multinacional de lojas. Milhões de mulheres fazem fila para abastecer-se do catálogo de aparelhinhos, tão potentes e eficazes que, por todo o globo, elas chegam em casa, trancam-se no quarto e não saem mais ¿ a não ser quando precisam de pilhas. Alguém precisa deter o plano de Maxwell de dominar o mundo usando o prazer erótico. Mas como?