Michel Teló, um herói nacional
Fico segurando o sorriso quando vejo aquele pessoal fazer cara feia ao ouvir alguma música da moda, algo como Gustavo Lima, Michel Teló. Não é ironia, falo sério. Esse cara deve ser admirado e reverenciado por todos nós. Sei que ler isso é algo difícil para a maioria de vocês, eu entendo. Mas eu preciso da vossa atenção e confiança para que eu possa demonstrar um ponto de vista que pouquíssimos brasileiros perceberam.
Como meu conhecimento no tema é bem inferior ao impacto da minha teoria, focarei no maior sucesso dos últimos tempos, a canção ‘Ai se eu te pego’ do genérico Michel Teló. Ela é uma desgraça, fato. Canção pobre, sem graça, letra mais rasa que um poça de lama e ainda assim um estrondoso sucesso. Consigo perceber que ela atacou no lugar que deveria para se tornar um hit:
- Fez insinuações sexuais sem descer muito o nível para que pudesse ser tocada nas grandes mídias sem cortes
- Foi cantada por um branco não muito feio vindo da parte mais rica do país
- Recebeu o apoio incondicional da Rede Globo
- Foi abraçada pela classe de artistas mais idolatrada da nação, a dos jogadores de futebol.
Sério, eu realmente acredito nisso. Acho que não teria o mesmo efeito se qualquer uma dessa condições fosse desrespeitada. Na minha opinião, o funk carioca é quase tão ruim quanto o sertanejo universitário, mas é incrivelmente mais vivo, divertido e direto.
Grandes meios de comunicação não gostam de coisas muito diretas. Não consigo imaginar as bailarinas do Faustão fazendo passinhos para a música do Teló se ele cantasse algo como o refrão da música ‘Passa nela’ do glorioso Mc Catra. Também não consigo imaginar o Teló fazendo campanhas publicitárias se tivesse o rosto mais sofrido e o corpo pouco desenvolvido, cateterística dos mais pobres. Também me pergunto até onde iria esse sucesso se não fosse o apadrinhamento da Rede Globo.
É verdade que outras emissoras também possuem o poder de empurrar músicas ruins na goela do povo mais maleável, basta lembrar do grupo “Rouge” que fez a música ‘Ragatanga’ chegar ao topo das paradas. Mas a globo é ainda mais escrota, até um dia desses o pessoal fazia um gol na pelada e ficava comemorando como o João Sorrisão. Me doía o peito ver aquilo.
Mas o que realmente fez essa peste dessa ‘Ai se eu pego’ cruzar as fronteiras da nação foi o futebol. Jogadores brasileiros com seus tocadores de mp3 infectados, espalharam por clubes nos mais longínquos países do mundo. Poucos dias depois era possível ver artilheiros dos olhos puxados comemorando com essa dancinha escrota, sistemas de alto falantes entoarem essa canção para milhares de torcedores inocentes e gringos desajeitados tentando cantar essa coisa para câmeras da Rede Globo.
Eu também fiquei triste no começo.
Mas então eu me lembrei de todas as merdas que eu já tive de escutar. Não chegaram a me amarrar e forçar a curtir estas merdas, mas fizeram com que elas tocassem em todos os lugares para que não houvesse para onde fugir. Vocês se lembram do “Who let the dogs out”? Eu me lembro. E aquela banda que veio da puta que pariu pra tocar “Short dick man” no programa da Xuxa? E daquela banda da Moldávia que tinha uma música muito chata chamada ‘Dragoste din tei’? Não? Vou te ajudar, foi a partir dessa merda que o latino criou o hino da escrotidão ‘Festa no AP’.
Por conta desses gringos escrotos, vez ou outra, me encontro forçado a ver celebridades participando de concursos de dança, gente ‘normal’ fazendo porra nenhuma, casa cheia de câmeras e tantas outras bizarrices impostas pelos países dominantes. Agora é nossa vez de reagir. É hora dos países coadjuvantes empurrar ‘merda’ na goela dos antigos donos do mundo. Estados Unidenses, aguente o Psy com o seu ‘gangnam style’. E resto do mundo, Michel Teló foi só o começo. Temos muito mais lixo para vocês.