Aqueles que frequentam este blog já devem ter notado que nas últimas semanas temos andado em déficit com a nossa Coluna Invisível escrita nas sexta-feiras pelo Allan Pitz, e agora todos entenderão o real motivo. A verdade é que, para completar o orçamento no fim do mês, o nosso colunista precisou executar alguns trabalhos por fora que infelizmente deixam nosso amigo sem tempo livre para escrever. Fazendo de tudo um pouco, aqui e ali, descobrimos que em um desses ‘bicos’ Allan se arranjou como figurante do filme Jogos Vorazes. É isso mesmo caros leitores, tendo a arte correndo em suas veias ele não poderia procurar nada que fosse muito longe de suas origens.
O Dito pelo Maldito é um blog com o seu conteúdo focado em todos os gêneros da contracultura pop, apresentando artigos que abordam esferas do cinema, quadrinhos, jogos de tabuleiro, RPG e principalmente da literatura. Há mais de 5 anos no ar, o blog reúne um vasto acervo de textos autorais que passeiam entre contos e crônicas, além de promover a divulgação da literatura através de resenhas literárias, sorteios de livros, dicas de leitura e outras atividades culturais.
Diferente de outros sites, o DpM tem como propósito usar uma acepção distinta em seus temas, procurando sempre divulgar a cultura independente e abordar tópicos que possuem pouco, ou nenhum, espaço em outras mídias convencionais.
Conhecendo o DpM…
✔ Para conhecer o nosso trabalho autoral:
-Crônicas Diurnas (o cotidiano mal contado)
-Contos Malditos (histórias além da minha imaginação)
✔ Para conhecer o trabalho cultural do blog:
-Artigos de Quadrinhos
-Artigos sobre RPG
-Artigos sobre BoardGames
✔ Para conhecer o trabalho dos nossos colunistas:
-Coluna Invisível (dito pelo Allan Pitz)
-A Maldição do Cinema (dito pelo Gerson Couto)
-Palavra Penada (dito pelo Afobório)
-Midia Kit
-Apoie o DpM
Méritos Recebidos:
Quem somos por aqui…
Nome: Fabio Mourão
Alcunha: Maldito
Posto: Criador e editor do DpM
Atividades Conhecidas: Agitador Cultural, Ativista Literário, Escritor, Editor, Bloguista, Roteirista e um vagabundo iluminado.
Contato: maldito@ditopelomaldito.com
Twitter: @ditopelomaldito | Instagram: @ditopelomaldito
Nome: Gerson Gouto
Alcunha: Gerssão
Posto: Colunista da coluna O Terror na Tela
Atividades Conhecidas: Dançarino, Escritor, Ator, Coreógrafo, Modelo e amigo das estrelas.
Contato: gersoncto@gmail.com
Twitter: @gerson_couto
cama sem nada, só o edredom cobrindo o meu corpo”…
gente para abertura de novas contas. Os cabelos caem. O suor se estica na
testa. Pip… Apita um caixa e, pip, apita o outro. As vozes juntas formam
único som, maçaroca terrível. Pip.. Mil vezes.
Quer que eu chame alguém? (Pip)
pasta e carteira. Terceira vez em um mês.
ordinária, fazendo a mesma coisa todos os dias em replay (pip), observando a
vida passar pela porta giratória do Banco Salveroy, no Centro. Depois ele
encara o trânsito caótico até seu apartamento apertado em Botafogo, para comer
comida congelada de micro-ondas, jogar videogame, olhar as redes sociais de
sempre… Abrir aquele site cretino para ver as garotas russas dançando nuas.
Estourar o cartão de crédito nas carícias digitais de Ekaterina, ou Bianka ou
Dasha. Ou apenas encher a cara assistindo filme velho, tipo Os Caça-Fantasmas,
até dormir (desmaiar), e talvez não acordar mais no auge perdido e sub-curtido
dos seus 33 anos amenos.
querer uma massagem bem gostosa hoje, e umas mordidinhas também”.
táxi. O motorista fica meio assustado, mas abre a porta. – Me desculpe, é uma emergência.
Toca pra Rua Pinheiro Guimarães em Botafogo, por favor. O mais rápido que o
senhor puder.
largou sua cidade no interior e partiu para o Rio de Janeiro. O velho Otávio,
empresário gaúcho, pagava as contas do apartamento em Botafogo, só aparecendo
uns dois ou três sábados por mês. Assim ela somava tempo de sobra para se
dedicar ao curso de atriz, e aos trabalhos como modelo fotográfica.
bem branquinha… Cabelo escuro e liso até o bumbum. Jeito de moleca. Porém
mulherão, perigosa em seus efeitos. Na falta do que fazer sozinha no Rio de
Janeiro, entre um compromisso e outro, fez de Leopoldo (o Léo) seu brinquedo de
ocasião. Um vizinho escravo para emergências.
o prédio.. Ignorou o elevador e o porteiro, subiu as escadas. Chegou arfando e
tocou a campainha.
safada que tirou sua alma para dançar livrando-o do carma que é o marasmo. A
mesma garota capaz de fazer um cara subir e descer os arcos da Lapa sem escada
ou corda! A doida, que bateu em sua porta pedindo um litro de leite e ganhou
muito mais do que isso e muito mais do que leite! Ganhara um coração
ridículo… E um escravo.
a garota dos sonhos amarrada na cama; seu amante, Otávio, com o celular na mão
e uma pistola na outra. Na cabeceira da cama uma garrafa de uísque, pela metade.
cama com essa aqui enquanto eu pago as contas, é?
da cadela.
silencioso, pouco antes de tombar com dois disparos no peito.
Deve estar mais preocupada agora pensando em um bom movimento de cena para se
safar de novo, e o que Otávio vai fazer com o corpo do bancário idiota.
No fim,
o cara que entrava no apartamento de Marisa todos os dias não era Leopoldo. Era
um sujeito casado que frequentava a mesma academia que ela.
livro ‘Estação Jugular’. Clique no banner abaixo da nossa loja
virtual e confira!

O evento teve sua primeira edição realizada em 2011 onde escritores iniciantes foram indicados ao lado de autores já consagrados como Lya Luft e Eduardo Spohr.
Clique aqui para conhecer a lista com todos os indicados do ano.
Em nome do nosso colunista, agradecemos a todos os nossos leitores que de alguma forma, direta ou indiretamente, contribuíram para essa merecida indicação.
E é também em nome do Allan Pitz que informamos que apesar do destaque recebido, o livro ‘Estação Jugular, uma estrada para Van Gogh’ ainda pode ser encontrado pelo mesmo preço no Paiol do Mal, a loja virtual do Dito pelo Maldito.
Clique agora no banner abaixo e compre o seu!
Para mostrar quem nem só de ‘tirinhas memes’ se é feita a blogosfera, o DpM teve uma ideia escalafobética e convidou um time de elite de blogueiros parceiros para compartilhar conosco quais livros estão lendo no momento, e suas opiniões sobre a leitura.
Descubra o que a blogosfera anda lendo…
Edu – @edutestosterona
blog Testosterona
Está lendo…
Hey Ho Let´s Go – A História dos Ramones – autor: Everett True
‘O livro conta a história da banda sob o ponto de vista do jornalista e fã da banda Everett True. O que me prendeu ao livro são as histórias de bastidores sobre os integrantes, as curiosidades sobre a personalidade dos músicos, conhecer algumas peculiaridades sobre letras e como surgiram algumas das canções que eu cresci ouvindo. E ficar sabendo como eles batalharam a vida inteira pra ser uma banda grande e respeitada, mas só conseguiram esse reconhecimento anos depois do seu fim.’
Raphael – @Raphafernandes
‘O livro surgiu de uma série de entrevistas que Julian Assange, o cabeça por trás do Wikileaks, mediou sobre privacidade na internet. Muito interessante a perspectiva de que os governos estão cada vez mais interessados em controlar as informações obtidas na internet e usam qualquer meio para subjugar quem tenta expor qualquer informação sobre eles. O mote geral do livro é “privacidade para os fracos e transparência para os poderosos”‘

RPGista – @O_RPGista
Blog RPG Vale
Está Lendo…
‘O que acho? Fantástico, o autor é genial, e o que me vislumbra é poder entender o íntimo de alguns personagens, o que os levam a tomar decisões que podemos julgar como desumanas mas por fim percebemos que são tão humanas quanto nossas intenções.
Nerd Maldito – @nerdmaldito
Blog Nerd Maldito
BÔNUS, colunista do DpM:
Allan Pitz – @AllanPitz1
Coluna Invisível
Está Lendo…
Espere a primavera Bandini – autor: John Fante.
‘O melhor até agora é a multivisão que o autor nos oferece dos personagens. Não existem heróis ou vilões, é apenas a vida daquela gente seguindo e encantando o leitor pela simplicidade.’
caiu meio que de paraquedas em minhas mãos e eu desconhecia totalmente sua
origem e procedência. Durante esta mesma leitura acabei passando por diversas
epifanias, e ao seu término fiz questão de postar o livro aberto bem na minha
frente e render palmas ao exemplar. Como ainda não havia me dado por satisfeito
pelas informações consumidas, logo depois corri para a internet para pesquisar
mais sobre aquele trabalho tão corajoso que parecia ter sido escrito por alguém
com pelo menos uns 50 anos de estrada, tanto na vida quanto na literatura.
já publicados, mas com energia verborrágica suficiente para lançar pelo menos
mais algumas dúzias de boas composições. O jeito foi cutucar aquele sujeito, só
pra ver quais outras palavras poderiam escapulir por entre seus poros. O jeito,
foi ofertar uma coluna nesse mesmo blog para Allan Pitz , destruir certas barragens
e deixar seus textos fluírem como um rio de forte correnteza. Assim nasceu a
nossa Coluna Invisível.
anterior ao que citei acima, com uma estética bem diferente, mas ainda a mesma
pegada lúcida. Mesmo que desta vez ele transite por caminhos bem lúdicos.

estranhar um pouco do seu desprendimento terreno nos primeiros capítulos deste
enredo. Eu mesmo sentia como se estivesse lendo um bom livro, uma boa história,
mas ainda assim algo sem a assinatura característica do escritor.
quando eu começava a me conformar com tudo que me era apresentado,… Não é que
seus dedos surgem sem aviso por entre as páginas, rasgando-a em tiras, vindos
diretamente de alguma fase escondida do seu próprio jogo, só pra avisar que
estava lá o tempo todo. E se eu não pude vê-lo antes, é porque fazia parte da
jogada me coagir a olhar pra cima enquanto as coisas na verdade aconteciam bem
ao meu lado.
no ‘plural’, que gritam pra todos os lados feitos uma metralhadora na expectativa
de alvejar um público já cansado de ser baleado pelo mesmo baixo calibre,
esta obra abre caminho sussurrando feito um sniper por entre as outras. Um tiro
só com alta precisão, bem certeiro,… No coração? Não. Na sua alma. Um trabalho
limpo e pessoal que cria uma espécie de vínculo entre o assassino e sua vítima.
Entre o autor e seu leitor. Enfim, trabalho de profissional.
você irá compartilhar essa experiência com seus amigos. Não é assunto a se
tratar em mesa de bar. É mais como aquela conversa que se ouve e não se passa
pra frente com medo de parecer indulgente. Mas toda vez que você detectar
alguém com um olhar insólito, provavelmente irá se questionar se esse alguém
passou por lá. Se ele já embarcou naquele estranho ônibus rumo à estação
jugular.
Você pode encontrar o livro ‘Estação Jugular’ pelo preço mais camarada da internet no nosso ‘Paiol do Mal’. Clique agora no banner abaixo e conheça a loja virtual do Dito pelo Maldito.
Escute, vá passar uns dias, sozinho em minha casa de campo. Lá você poderá
escrever com calma, relaxar, tirar o excesso de estresse da cabeça… Aí a
criatividade volta.
do centro de Caxambu, na Serra da Mantiqueira em Minas Gerais. Silêncio, ar
puro, natureza, conforto. Logo de cara deu pra perceber que o remédio faria
efeito. Só precisava abastecer a geladeira e saborear algumas relíquias guardadas
na adega, o resto era relaxar na solidão dos bons pensamentos. Criar com a
mente.
na mesa da varanda, abri uma garrafa de vinho e fiquei revezando entre tentar escrever
e olhar as belezas da serra. Brotaram alguns poemas; um bom começo.
me venceu com seu bando infalível de muriçocas assassinas, e eu precisei entrar trancando
portas e janelas. À noite a casa do Alfredo não tinha o mesmo aspecto acolhedor
da manhã, a escuridão lá fora lembrava o tamanho do homem perante a natureza
selvagem, os sons de animais desconhecidos contribuíam para a sensação de
insegurança e pequenez.
barulhos no mato. Que fiasco urbano eu me tornei.
antena parabólica permitia sintonizar uns 20 canais fuleiros. Deixei na
transmissão de um telejornal. Mergulhei no sofá; tomei o restinho de vinho no
gargalo da garrafa. O sono foi chegando. A voz da repórter narrando o caos das grandes cidades trazia
mais sono.
em ligar para o Alfredo antes mesmo de atender. Olhei para o relógio na parede,
marcava duas horas da madrugada.
um espeto de churrasco (a espada de samurai). Fui caminhando devagar até o
basculante do corredor, ali dava pra ver a varanda, lateralmente. Um homem
negro estava parado de frente para a porta da sala, vestia apenas uma calça de
capoeira antiga, surrada, dobrada até a altura dos joelhos. Não estava armado.
Você é amigo do Alfredo? Está bêbado?
pulavam, batiam em portas e janelas, cantavam. A televisão desligou. As luzes
piscavam na iminência de apagar a qualquer momento. Juntei as mãos e comecei a
rezar. Rezei para que aquilo tudo acabasse, mas a cantoria era interminável. As
pancadas na porta continuavam mais firmes. Sombras passavam pelas janelas, vozes chamavam por meu nome em zombaria. Sentei num canto, rezando. Fiquei lá.
peguei na cozinha. A porta da sala estava aberta, as janelas escancaradas. Lá
fora os pássaros cantavam e a natureza continuava seu show de todos os dias.
carro rumo ao Rio de Janeiro. Alfredo quis logo saber o que me fez voltar tão
depressa.
por telefone. Já não vivo sem fast food.