sex, 02 de janeiro de 2015

Aqueles que frequentam este blog já devem ter notado que nas últimas semanas temos andado em déficit com a nossa Coluna Invisível escrita nas sexta-feiras pelo Allan Pitz, e agora todos entenderão o real motivo. A verdade é que, para completar o orçamento no fim do mês, o nosso colunista precisou executar alguns trabalhos por fora que infelizmente deixam nosso amigo sem tempo livre para escrever. Fazendo de tudo um pouco, aqui e ali, descobrimos que em um desses ‘bicos’ Allan se arranjou como figurante do filme Jogos Vorazes. É isso mesmo caros leitores, tendo a arte correndo em suas veias ele não poderia procurar nada que fosse muito longe de suas origens.

Para elucidar o que digo, abaixo vocês podem conferir o vídeo com um trecho da participação do nosso colunista nesta grande adaptação cinematográfica.
Brincadeiras a parte,… O vídeo que você assistiu faz parte da grade do canal Impurificáveis no youtube, cujo o elenco conta com a ilustre participação do nosso colunista Allan Pitz. Sim! Este barbudo fazendo graça nesta paródia, é a mesma figura emblemática que embala as nossas sextas com seus textos pra lá de bucólicos.

Entenderam?! Agora que está tudo explicado, por favor, parem de perguntar nas redes sociais pela falta da Coluna Invisível, a vida de colunista do DpM não é fácil, e o vídeo está aí pra provar. Quando sentirem falta do trabalho do Allan aqui no blog, basta procurar pelo cara no canal Impurificáveis e curtir também a sua faceta de ator.

sex, 07 de abril de 2017

O Dito pelo Maldito é um blog com o seu conteúdo focado em todos os gêneros da contracultura pop, apresentando artigos que abordam esferas do cinema, quadrinhos, jogos de tabuleiro, RPG e principalmente da literatura. Há mais de 5 anos no ar, o blog reúne um vasto acervo de textos autorais que passeiam entre contos e crônicas, além de promover a divulgação da literatura através de resenhas literárias, sorteios de livros, dicas de leitura e outras atividades culturais.

Diferente de outros sites, o DpM tem como propósito usar uma acepção distinta em seus temas, procurando sempre divulgar a cultura independente e abordar tópicos que possuem pouco, ou nenhum, espaço em outras mídias convencionais.

Conhecendo o DpM…

✔ Para conhecer o nosso trabalho autoral:

-Crônicas Diurnas (o cotidiano mal contado)

-Contos Malditos (histórias além da minha imaginação)

 

✔ Para conhecer o trabalho cultural do blog:

-Resenhas Literárias

-Artigos Literários

-Artigos de Cinema

-Artigos de Quadrinhos
-Artigos sobre RPG
-Artigos sobre BoardGames

 

✔ Para conhecer o trabalho dos nossos colunistas:

-Coluna Invisível (dito pelo Allan Pitz)

-A Maldição do Cinema (dito pelo Gerson Couto)

-Palavra Penada (dito pelo Afobório)

✔ Contrate nossos serviços de divulgação:
-Midia Kit
✔ Saiba como apoiar o trabalho desenvolvido no blog:
-Apoie o DpM
✔ Visite a nossa Loja Virtual:
-Paiol do Mal ( A Loja Virtual do Dito pelo Maldito)

 

Méritos Recebidos:

Quem somos por aqui…

Nome: Fabio Mourão
Alcunha: Maldito
Posto: Criador e editor do DpM
Atividades Conhecidas: Agitador Cultural, Ativista Literário, Escritor, Editor, Bloguista, Roteirista e um vagabundo iluminado.
Contato: maldito@ditopelomaldito.com
Twitter: @ditopelomaldito | Instagram: @ditopelomaldito

Colunistas e Colaboradores…

Nome: Gerson Gouto
Alcunha: Gerssão
Posto: Colunista da coluna O Terror na Tela
Atividades Conhecidas: Dançarino, Escritor, Ator, Coreógrafo, Modelo e amigo das estrelas.
Contato: gersoncto@gmail.com
Twitter: @gerson_couto

sex, 06 de dezembro de 2013

Então ele recebe a mensagem: “estou na
cama sem nada, só o edredom cobrindo o meu corpo”…
Oh, droga, e a fila ainda está cheia de
gente para abertura de novas contas. Os cabelos caem. O suor se estica na
testa. Pip… Apita um caixa e, pip, apita o outro. As vozes juntas formam
único som, maçaroca terrível. Pip.. Mil vezes.
– O que você tem Leopoldo, está pálido…?
– Preciso sair daqui… Só isso.. (Pip)
– Precisa mesmo, você está ficando azul!
Quer que eu chame alguém? (Pip)
– Não. Dane-se. Eu preciso sair!
Saiu elétrico, num salto pegou casaco,
pasta e carteira. Terceira vez em um mês.
Onze anos sentado naquela cadeira
ordinária, fazendo a mesma coisa todos os dias em replay (pip), observando a
vida passar pela porta giratória do Banco Salveroy, no Centro. Depois ele
encara o trânsito caótico até seu apartamento apertado em Botafogo, para comer
comida congelada de micro-ondas, jogar videogame, olhar as redes sociais de
sempre… Abrir aquele site cretino para ver as garotas russas dançando nuas.
Estourar o cartão de crédito nas carícias digitais de Ekaterina, ou Bianka ou
Dasha. Ou apenas encher a cara assistindo filme velho, tipo Os Caça-Fantasmas,
até dormir (desmaiar), e talvez não acordar mais no auge perdido e sub-curtido
dos seus 33 anos amenos.
Outra mensagem no celular: “acho que vou
querer uma massagem bem gostosa hoje, e umas mordidinhas também”
.
– TÁXI!! – Leopoldo praticamente se joga na frente do
táxi. O motorista fica meio assustado, mas abre a porta. – Me desculpe, é uma emergência.
Toca pra Rua Pinheiro Guimarães em Botafogo, por favor. O mais rápido que o
senhor puder.
Marisa sempre soube o que queria quando
largou sua cidade no interior e partiu para o Rio de Janeiro. O velho Otávio,
empresário gaúcho, pagava as contas do apartamento em Botafogo, só aparecendo
uns dois ou três sábados por mês. Assim ela somava tempo de sobra para se
dedicar ao curso de atriz, e aos trabalhos como modelo fotográfica.
Marisa era demais.. Boca carnuda, a pele
bem branquinha… Cabelo escuro e liso até o bumbum. Jeito de moleca. Porém
mulherão, perigosa em seus efeitos. Na falta do que fazer sozinha no Rio de
Janeiro, entre um compromisso e outro, fez de Leopoldo (o Léo) seu brinquedo de
ocasião. Um vizinho escravo para emergências.
Léo pagou a corrida do taxi e correu para
o prédio.. Ignorou o elevador e o porteiro, subiu as escadas. Chegou arfando e
tocou a campainha.
– Está aberta… – Ela disse baixinho.
A voz da garota dos sonhos, a vizinha
safada que tirou sua alma para dançar livrando-o do carma que é o marasmo. A
mesma garota capaz de fazer um cara subir e descer os arcos da Lapa sem escada
ou corda! A doida, que bateu em sua porta pedindo um litro de leite e ganhou
muito mais do que isso e muito mais do que leite! Ganhara um coração
ridículo… E um escravo.
Ele entra no apartamento, e se depara com
a garota dos sonhos amarrada na cama; seu amante, Otávio, com o celular na mão
e uma pistola na outra. Na cabeceira da cama uma garrafa de uísque, pela metade.
– Então é isso guri…? Tu te enfias na
cama com essa aqui enquanto eu pago as contas, é?
– Não senhor, eu moro aqui em frente…
– Covarde. Eu li as mensagens no celular
da cadela.
Léo percebe que o cano da arma é
silencioso, pouco antes de tombar com dois disparos no peito.
Marisa não sorri, mas também não chora.
Deve estar mais preocupada agora pensando em um bom movimento de cena para se
safar de novo, e o que Otávio vai fazer com o corpo do bancário idiota. 
No fim,
o cara que entrava no apartamento de Marisa todos os dias não era Leopoldo. Era
um sujeito casado que frequentava a mesma academia que ela.
Conheça um pouco mais do trabalho do nosso colunista Allan Pitz no
livro ‘Estação Jugular’. Clique no banner abaixo da nossa loja
virtual e confira!
ter, 22 de outubro de 2013

Nem só de carnaval e futebol se faz um país como o Brasil, esperamos que os gringos entendam isso de uma vez por todas com a chegada de um dos tentáculos desse blog ao velho continente.
É isso mesmo que você entendeu; a literatura renitente do DpM acaba de desembarcar na Europa através do nosso colunista Allan Pitz (detentor da Coluna Invisível postada nas sextas do blog), recentemente publicado na França em uma coletânea de contos tupiniquins, ao lado de outros grandes autores como Pedro Bandeira e Sérgio Rodrigues.
A obra ‘Nouvelles – Brésil’ é uma coleção de histórias selecionadas para se entender o Brasil em seus aspectos socioculturais. 
Contos relacionados com questões contemporâneas, como crimes, mas também questões relacionadas com as histórias imaginárias e fantásticas da presença contínua de lendas e seres folclóricos do país.
O final do livro ainda inclui um índice remissivo que funciona bem como um documentário para se aprofundar nos temas das escritas e descobrir as culturas regionais desse povo tão misturado.
Você pode acompanhar um pouco mais do trabalho do nosso colunista em sua Coluna Invisível, ou clicar no banner abaixo e comprar o livro ‘Estação Jugular’, já a venda em nossa loja virtual Paiol do Mal.
qui, 01 de agosto de 2013

A Editora NovaTerra e o nosso colunista Allan Pitz convidam todos os nossos leitores a levarem seus filhos, sobrinhos e afilhados a agradável tarde de lançamento dos livros ‘A Baratinha listrada e a Zebra sem Listras’ e ‘Um Peixe de Calça Jeans e outras histórias para unir’, dois livros infantis feitos para engrandecer o olhar das crianças.
O evento contará também com a presença de um contador de histórias que vai orientar e ajudar as crianças a navegar nesse incrível mundo da literatura.
Onde? Livraria da Travessa, Barra Shopping – Rio de Janeiro
Quando? 4 de Agosto
Que horas? às 16 horas
ter, 09 de julho de 2013

É com imenso prazer, e uma pontada de orgulho, que nos permitimos fugir um pouco da temática do blog para fazer um jabá do recém lançado ‘Um Peixe de Calça Jeans’ (Editora Nova Terra), o livro infantil do nosso colunista Allan Pitz com ilustrações de Carolina Mancini. Sim, aquele doido mesmo que escreve a Coluna Invisível aqui do blog. Dá pra acreditar?
‘Um Peixe de Calça Jeans’ é uma obra extremamente atual por abordar um assunto que está em pauta e tem dominado os noticiários de todo o mundo, o Bullying. 
A obra oferece a pais e mestres uma fórmula simples e inovadora, que revelará definitivamente aos pequenos a importância fundamental da paz, e da união em nossas vidas. São seis histórias belíssimas que falam sobre esses valores, o que mais importa na vida de cada um de nós. Cada personagem, para além da fantasia, interage na realidade subconsciente da criança, fazendo perceber as diferenças entre elas como fator de integração, não o contrário. 
A proposta maior deste livro é combater o Bullying – repetidas agressões psicológicas e/ou físicas – não só nas escolas, preparando o futuro cidadão de bem para as diferenças que o mundo oferece. A criança poderá visualizar um cenário pleno de união e entendimento entre as pessoas. Fator decisivo para uma postura de não violência.’

Pense da seguinte forma, agora você pode compartilhar com seu filho, o mesmo autor dos textos que você adora ler aqui no DpM. Afinal, é sempre bom que o moleque comece a ler coisas boas o quanto antes. Quanto mais cedo, melhor. E caso você ainda não tenha se reproduzido, fica aí essa excelente dica de presente infantil, para sobrinhos, primos e crianças similares.
E não é só porque o cara é meu amigo, a editora é parceira do blog, e eu estou envolvido com a publicação, que eu estou dizendo isso, não. É porque o livro é bom mesmo!!
Não perca tempo! Clique agora no banner abaixo da Livraria Cultura e compre esse livro pra você com a desculpa de que é para o seu filho, e conheça essa outra faceta do nosso colunista.
ter, 30 de abril de 2013

É com muito orgulho (e paparico) que gastamos este post no blog, só para esnobar que a obraEstação Jugular do nosso colunista Allan Pitz, detentor da Coluna Invisível aqui do DpM, foi indicada para o Codex de Ouro deste ano em duas categorias, suspense e romance.
O evento teve sua primeira edição realizada em 2011 onde escritores iniciantes foram indicados ao lado de autores já consagrados como Lya Luft e Eduardo Spohr.
O Codex de Ouro é uma premiação literária nacional promovida pelo grupo Ponto do Autor. Diferente do Prêmio Jabuti (o maior prêmio literário do país) que conta com um ‘juri acadêmico’ para contextualizar suas indicações, os organizadores do Codex de Ouro se baseiam na clamação do público, buscando na internet os livros mais comentados pelos leitores e elegendo os principais indicados por categorias.
Clique aqui para conhecer a lista com todos os indicados do ano.


Em nome do nosso colunista, agradecemos a todos os nossos leitores que de alguma forma, direta ou indiretamente, contribuíram para essa merecida indicação. 
E é também em nome do Allan Pitz que informamos que apesar do destaque recebido, o livro ‘Estação Jugular, uma estrada para Van Gogh’ ainda pode ser encontrado pelo mesmo preço no Paiol do Mal, a loja virtual do Dito pelo Maldito.
Clique agora no banner abaixo e compre o seu!

dom, 24 de fevereiro de 2013

Para mostrar quem nem só de ‘tirinhas memes’ se é feita a blogosfera, o DpM teve uma ideia escalafobética e convidou um time de elite de blogueiros parceiros para compartilhar conosco quais livros estão lendo no momento, e suas opiniões sobre a leitura.

Descubra o que a blogosfera anda lendo…



Edu@edutestosterona
blog Testosterona

Está lendo…
Hey Ho Let´s Go – A História dos Ramonesautor: Everett True
‘O livro conta a história da banda sob o ponto de vista do jornalista e fã da banda Everett True. O que me prendeu ao livro são as histórias de bastidores sobre os integrantes, as curiosidades sobre a personalidade dos músicos, conhecer algumas peculiaridades sobre letras e como surgiram algumas das canções que eu cresci ouvindo. E ficar sabendo como eles batalharam a vida inteira pra ser uma banda grande e respeitada, mas só conseguiram esse reconhecimento anos depois do seu fim.’


Fernando@Gravz
Está Lendo…
Caminhos da Lei autor: John Grisham
‘John Grisham, famoso por romances bestsellers que se tornaram filmes (Dossiê Pelicano, O Júri, A Firma etc.), agora lança uma coleção de contos. Alguns tratam de seu tema clássico (leis/advogados e afins), mas outros não tem nada a ver com o que o título sugere. O dado em comum é o fato de que todas as histórias e passam na região do Mississippi e Lousiana.’

Raphael@Raphafernandes

Está Lendo…
Cypherpunks, Liberdade e o Futuro da Internet – autora: Julian Assange
‘O livro surgiu de uma série de entrevistas que Julian Assange, o cabeça por trás do Wikileaks, mediou sobre privacidade na internet. Muito interessante a perspectiva de que os governos estão cada vez mais interessados em controlar as informações obtidas na internet e usam qualquer meio para subjugar quem tenta expor qualquer informação sobre eles. O mote geral do livro é “privacidade para os fracos e transparência para os poderosos”‘


RPGista@O_RPGista
Blog RPG Vale

Está Lendo…

Martin, George R. R.
‘O que acho? Fantástico, o autor é genial, e o que me vislumbra é poder entender o íntimo de alguns personagens, o que os levam a tomar decisões que podemos julgar como desumanas mas por fim percebemos que são tão humanas quanto nossas intenções. 
Confesso que não gosto do núcleo da Daenerys depois que Khal Drogo morreu, mas tenho esperanças que melhore com o crescimento dos dragões.’



Nerd Maldito@nerdmaldito
Blog Nerd Maldito



Está Lendo…
A Trilogia do Fogo das Bruxas, A Mais Longa das Noitesautor: Matt Staroscik
‘Normalmente uma pessoa olha para livros de aventura de RPG e já se afastam porque acreditam que é algo extremamente limitado a quem joga RPG e ao sistema que o livro faz parte, no entanto não penso assim. O livro faz uma ótima descrição sobre a cidade de Corvis que te faz viajar pro lugar, além disso vem com uma aventura que pode ser colocada em qualquer reino medieval. To gostando pra caramba.’


BÔNUS, colunista do DpM:



Allan Pitz@AllanPitz1
Coluna Invisível


Está Lendo…
Espere a primavera Bandini – autor: John Fante. 
‘O melhor até agora é a multivisão que o autor nos oferece dos personagens. Não existem heróis ou vilões, é apenas a vida daquela gente seguindo e encantando o leitor pela simplicidade.’

seg, 28 de janeiro de 2013

Na primeira vez que li e resenhei um livro deste autor, seu trabalho
caiu meio que de paraquedas em minhas mãos e eu desconhecia totalmente sua
origem e procedência. Durante esta mesma leitura acabei passando por diversas
epifanias, e ao seu término fiz questão de postar o livro aberto bem na minha
frente e render palmas ao exemplar. Como ainda não havia me dado por satisfeito
pelas informações consumidas, logo depois corri para a internet para pesquisar
mais sobre aquele trabalho tão corajoso que parecia ter sido escrito por alguém
com pelo menos uns 50 anos de estrada, tanto na vida quanto na literatura.
Minha pesquisa me levou a um escritor jovem, com cerca de oito livros
já publicados, mas com energia verborrágica suficiente para lançar pelo menos
mais algumas dúzias de boas composições. O jeito foi cutucar aquele sujeito, só
pra ver quais outras palavras poderiam escapulir por entre seus poros. O jeito,
foi ofertar uma coluna nesse mesmo blog para Allan Pitz , destruir certas barragens
e deixar seus textos fluírem como um rio de forte correnteza. Assim nasceu a
nossa Coluna Invisível.
Foi nesse meio tempo que foi relançado seu livro ‘Estação Jugular – uma estrada para Van Gogh’, cronologicamente
anterior ao que citei acima, com uma estética bem diferente, mas ainda a mesma
pegada lúcida. Mesmo que desta vez ele transite por caminhos bem lúdicos.
Quem está acostumado com os pés sujos de terra do autor, pode
estranhar um pouco do seu desprendimento terreno nos primeiros capítulos deste
enredo. Eu mesmo sentia como se estivesse lendo um bom livro, uma boa história,
mas ainda assim algo sem a assinatura característica do escritor.
Cheio de boas intenções, segui em frente com a leitura. E justamente
quando eu começava a me conformar com tudo que me era apresentado,… Não é que
seus dedos surgem sem aviso por entre as páginas, rasgando-a em tiras, vindos
diretamente de alguma fase escondida do seu próprio jogo, só pra avisar que
estava lá o tempo todo. E se eu não pude vê-lo antes, é porque fazia parte da
jogada me coagir a olhar pra cima enquanto as coisas na verdade aconteciam bem
ao meu lado.
Em uma era que o mercado editorial só procura lançar livros escritos
no ‘plural’, que gritam pra todos os lados feitos uma metralhadora na expectativa
de alvejar um público já cansado de ser baleado pelo mesmo baixo calibre,
esta obra abre caminho sussurrando feito um sniper por entre as outras. Um tiro
só com alta precisão, bem certeiro,… No coração? Não. Na sua alma. Um trabalho
limpo e pessoal que cria uma espécie de vínculo entre o assassino e sua vítima.
Entre o autor e seu leitor. Enfim, trabalho de profissional.
O que estou tentando dizer, é que ao final desta leitura dificilmente
você irá compartilhar essa experiência com seus amigos. Não é assunto a se
tratar em mesa de bar. É mais como aquela conversa que se ouve e não se passa
pra frente com medo de parecer indulgente. Mas toda vez que você detectar
alguém com um olhar insólito, provavelmente irá se questionar se esse alguém
passou por lá. Se ele já embarcou naquele estranho ônibus rumo à estação
jugular.

Você pode encontrar o livro ‘Estação Jugular’ pelo preço mais camarada da internet no nosso ‘Paiol do Mal’. Clique agora no banner abaixo e conheça a loja virtual do Dito pelo Maldito.

sex, 02 de novembro de 2012

Não se iluda, ainda estamos amaldiçoados pela nossa Semana Especial de Halloween. E nesta sexta, é a vez da Coluna Invisível do grande Allan Pitz entrar no clima do Dia das Bruxas e implantar o ‘sobrenatural’ em suas linhas.
E se você é daqueles que se borram de medo das lendas estrangeiras, mas acham o folclore nacional algo inofensivo,… prepare-se para se surpreender. 
O camarada Alfredo decidiu que eu precisava descansar.
– Ninguém perde a criatividade assim, meu amigo, ainda mais você.
Escute, vá passar uns dias, sozinho em minha casa de campo. Lá você poderá
escrever com calma, relaxar, tirar o excesso de estresse da cabeça… Aí a
criatividade volta.
– Pode ser uma boa ideia. Obrigado, Alfredo.

Uma bela casa de madeira, afastada
do centro de Caxambu, na Serra da Mantiqueira em Minas Gerais. Silêncio, ar
puro, natureza, conforto. Logo de cara deu pra perceber que o remédio faria
efeito. Só precisava abastecer a geladeira e saborear algumas relíquias guardadas
na adega, o resto era relaxar na solidão dos bons pensamentos. Criar com a
mente.
No mesmo dia, coloquei meu laptop
na mesa da varanda, abri uma garrafa de vinho e fiquei revezando entre tentar escrever
e olhar as belezas da serra. Brotaram alguns poemas; um bom começo.
Lá pelas dez da noite a natureza
me venceu com seu bando infalível de muriçocas assassinas, e eu precisei entrar trancando
portas e janelas. À noite a casa do Alfredo não tinha o mesmo aspecto acolhedor
da manhã, a escuridão lá fora lembrava o tamanho do homem perante a natureza
selvagem, os sons de animais desconhecidos contribuíam para a sensação de
insegurança e pequenez.

– Que fiasco… Eu estou cabreiro. Estou cabreiro com a escuridão e os
barulhos no mato. Que fiasco urbano eu me tornei.
Liguei a televisão, por sorte a
antena parabólica permitia sintonizar uns 20 canais fuleiros. Deixei na
transmissão de um telejornal. Mergulhei no sofá; tomei o restinho de vinho no
gargalo da garrafa. O sono foi chegando. A voz da repórter narrando o caos das grandes cidades trazia
mais sono.
Adormeci.
Acordei de repente com duas pancadas secas na porta. Assustado, pensei
em ligar para o Alfredo antes mesmo de atender. Olhei para o relógio na parede,
marcava duas horas da madrugada.
– Que diabos! Mas o quê…? Quem está aí?
– ABRE.
– UMA PORRA! QUEM É?
Não respondeu. Corri até a cozinha e me armei com um facão e
um espeto de churrasco (a espada de samurai). Fui caminhando devagar até o
basculante do corredor, ali dava pra ver a varanda, lateralmente. Um homem
negro estava parado de frente para a porta da sala, vestia apenas uma calça de
capoeira antiga, surrada, dobrada até a altura dos joelhos. Não estava armado.
– Ei cara, estou te vendo aqui pela janela. Qual é a sua?
Você é amigo do Alfredo? Está bêbado?
O cara virou pra mim apontando seus olhos de farol completamente brancos. Começou a sorrir.
– JESUS MARIA JOSÉ! – Gritei trancando o basculante.
– ABRE A PORTEIRA, SEU MOÇO.
– UMA PORRA!! VÁ PARA O  INFERNO, FILHO DO CÃO, FILHO DA PUTA MALUCO!!
– ABRE! ABRE QUE O MEU POVO QUER ENTRAR, SEU MOÇO!
As pancadas aumentaram, a casa toda tremia e a sensação era de que, agora, umas cinquenta pessoas estavam lá fora com ele. Gargalhavam,
pulavam, batiam em portas e janelas, cantavam. A televisão desligou. As luzes
piscavam na iminência de apagar a qualquer momento. Juntei as mãos e comecei a
rezar. Rezei para que aquilo tudo acabasse, mas a cantoria era interminável. As
pancadas na porta continuavam mais firmes. Sombras passavam pelas janelas, vozes chamavam por meu nome em zombaria. Sentei num canto, rezando. Fiquei lá.
Devo ter desmaiado de nervoso. Acordei às sete da manhã sentado no chão do corredor, ao lado das armas que
peguei na cozinha. A porta da sala estava aberta, as janelas escancaradas. Lá
fora os pássaros cantavam e a natureza continuava seu show de todos os dias.
Parti dali sem olhar para trás, tranquei a casa e acelerei o
carro rumo ao Rio de Janeiro. Alfredo quis logo saber o que me fez voltar tão
depressa.
– Nada, meu amigo. Só fiquei com saudades de pedir comida
por telefone. Já não vivo sem fast food.
– Mentira. Você deve ter visto o tal Negro Tobias… Meu antigo caseiro também viu. Vou mandar rezar aquela merda.