5 Narrativas perturbadoras da literatura
No clássico Lolita, o autor Vladimir Nabakov força os leitores a se identificar com um narrador monstruoso e nada confiável, que usa uma prosa artística e uma narrativa forte para causar estragos consideráveis em nossas emoções. Personagens desse tipo assustam com seu humor obscuro e nos forçam a questionar a natureza do mundo que nos rodeia. Suas vozes são íntimas, peculiares, únicas, e suas motivações questionáveis.
Nem sempre é possível gostar desses narradores sombrios e engenhosos, mas ainda assim, suas histórias nos perseguem a cada página, e, às vezes, até mesmo nos nossos sonhos. Confira abaixo alguns títulos que carregam essa estigma:
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✔ Tampa (Alissa Nutting)

Jovem, bonita e casada com um homem atraente e de família rica, Celeste parece levar uma vida perfeita. Mas, por trás da fachada bem-sucedida, existe uma mulher frustrada sexualmente, que dribla a maior parte das investidas do marido. Longe de ser frígida, ela passa os dias planejando a melhor maneira de realizar seu desejo: levar para a cama um adolescente de 14 anos.
Ao ser chamada para trabalhar na Jefferson Junior High School, a protagonista vê a chance de escolher seu amante dentro da sala de aula. Cuidadosamente, Celeste avalia os garotos que frequentam as turmas de inglês e fantasia os momentos com o futuro eleito, que deve atender a uma lista de requisitos básicos, como ter pais pouco atentos e físico mais próximo de um menino do que de um homem. Finalmente, ela encontra o que queria: Jack, um aluno introvertido que rapidamente cede aos encantos da professora.
Enquanto se diverte apresentando a Jack as mais variadas formas de ter prazer na cama, Celeste procura minimizar a paixão do adolescente por ela. Conforme o tempo passa, a jovem se vê presa a uma teia que inclui ciúme, traição, violência e morte, com o medo de ser descoberta crescendo a cada dia. Mas nem a ideia de um desastre iminente é capaz de fazer a Sra. Price desistir de suas aventuras sexuais.
Retratando uma mulher fria e egoísta, que não mede esforços para garantir orgasmos intensos, Alissa Nutting constrói uma trama envolvente, temperada com muito sexo e algumas pitadas de humor negro. Ao longo das páginas, os leitores mergulham na mente de Celeste Price e têm a chance de conhecer uma verdadeira predadora sexual, sempre em busca da próxima vítima. (Editora Rocco)
✔ Fábrica de Vespas (Iain Banks)

Para aliviar suas angústias e frustrações, Frank começa a praticar estranhos atos de violência, criando bizarros rituais diários onde encontra algum alívio e consolo. Suas únicas tentativas de contato com o mundo exterior são Jamie, seu amigo anão, com quem bebe no pub local, e os animais que persegue ao redor da ilha.
Abandonado à própria sorte para observar a natureza e inventar sua própria teologia – a maneira do Robinson Crusoé de Daniel Defoe –, Frank desconhece a escola e o serviço social, já que seu pai acredita na educação “natural”, recomendada pelo filósofo do século XVIII Jean-Jacques Rousseau e apresentada em seu romance Emílio, ou Da Educação (1762), que sugere que as crianças devem crescer entre as belezas da natureza, permitindo que elas se deleitem com a flora e a fauna. A natureza humana seria boa a princípio, mas corrompida pela civilização. Quando descobre que Eric fugiu do hospital, Frank tem que preparar o terreno para o inevitável retorno de seu irmão – um acontecimento que implode os mistérios do passado e vai mudar a vida de Frank por completo. (DarkSide Books)
✔ Sempre Vivemos no Castelo (Shirley Jackson)

Com um humor macabro, Sempre vivemos no castelo conta a história deliciosamente sombria de Constance e Merricat Blackwood, uma das maiores anti-heroínas da literatura americana. (Suma de Letras)
✔ Noite sem fim (Agatha Christie)

Mas quando o jovem casal decide ignorar os avisos de uma cigana sobre uma antiga maldição nem imagina que está desafiando a própria sorte.
Noite sem fim é um dos livros preferidos de Agatha Christie, e Michael Rogers, um dos seus mais ambíguos – e misteriosos – personagens. (Editora L&PM)
✔ Clube da Luta (Chuck Palahniuk)

O livro foi filmado em 1999, pelo vencedor do Oscar de melhor diretor, David Fincher (Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, A Rede Social), que conseguiu adaptar toda atmosfera do livro, o mundo caótico do personagem e o humor negro de Palahniuk em uma trama recebida com inúmeros elogios pela crítica e pelo público que conta com os atores Brad Pitt, Edward Norton e Helena Bonham Carter. (Editora Leya)
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