7 Livros que as mulheres gostariam que os homens lessem
Sendo este blog um projeto criado e composto por homens, não é de se estranhar que grande parte dos nossos artigos sejam voltados para o universo masculino. E embora cultivemos um notório público feminino visitando nossas páginas, temos que admitir que postagens intituladas como Livros sobre Guerra que todo homem deveria ler, ou ainda Livros sobre a Máfia que todo homem deveria ler, devem torcer os narizes de muitas mulheres por aqui. E mesmo que já tenhamos abordado o outro gênero em postagens como Livros proibidos que toda Mulher deveria ler, sabemos que nunca será o suficiente para satisfazer os desejos da alma feminina. Afinal, de fato é estranho pensar que, com a reputação de ler bem menos que as mulheres, os homens dominem uma considerável fatia do mercado com publicações destinadas a polir a nossa masculinidade. E isso acaba criando a imagem derradeira de que os homens pensam como homens e devem ler livros escritos por homens, sobre homens.
Alguns devem questionar: Mas por que os homens deveriam ler livros sobre mulheres? Bem,… Se você não conseguem encarar a literatura como uma ferramenta lírica para ampliar os seus horizontes, talvez você esteja fazendo isso errado. A leitura de grandes obras é a melhor forma de fortalecer a nossa inteligência emocional, empatia e compreensão do que nos rodeia. Ou seja, uma ferramenta imbuída de inúmeros benefícios.
Assim, para concluir este pensamento, eu pedi algumas amigas que me sugerissem livros que elas acreditam que todo homem (e principalmente as mulheres!) deveria ler. O resultado é esta interessante lista de recomendações que você confere abaixo:
✔ Middlesex, de Jeffrey Eugenides
-Editora Companhia das Letras

“Nasci duas vezes: primeiro como uma bebezinha, em janeiro de 1960, num dia notável pela ausência de poluição no ar de Detroit; e de novo como um menino adolescente, numa sala de emergências nas proximidades de Petoskey, Michigan, em agosto de 1974.” Ironicamente, Calíope Stephanides está morando em Berlim, cidade que por décadas se viu dividida, quando começa a relembrar sua própria história, marcada pelo desvio e pela busca de unidade. Sua narrativa percorre então três gerações da família greco-americana Stephanides.
Tendo como ponto de partida o começo do século XX, quando seus avós deixam um vilarejo nas encostas do Monte Olimpo para se instalar em Detroit, nos Estados Unidos. Em plena Lei Seca, a “Cidade dos Motores” experimenta seus dias de glória, até que eclodem os protestos da população negra, em julho de 1967, que obrigam a família a se mudar para Michigan. Nesta altura, Callie é uma menina de doze anos. Para entender o que a tornou tão diferente das outras meninas, Calíope precisa investigar segredos de família e a espantosa história de uma mutação genética que atravessa as décadas e a transformará em Cal, um dos mais audaciosos narradores da ficção contemporânea.
Sofisticado, recheado de referências literárias, e ao mesmo tempo envolvente, Middlesex é uma reinvenção do épico americano, que alia as tradicionais sagas familiares à mais virtuosa narrativa pós-moderna.
✔ Ao Farol, de Virginia Woolf
-Editora Autêntica

Com essa cena de abertura, em si trivial, Virginia Woolf construiu um dos mais influentes romances do século XX, segundo críticos e leitores. Publicado em 1927, quando Woolf era já uma crítica respeitada e autora de alguns livros (entre os quais Mrs. Dalloway, de 1925 – o primeiro da sua tríade experimental, que seria completada com As ondas, em 1931), Ao farol é um romance rico, multifacetado, cujos vários e combinados aspectos compõem a marca da grande obra-prima. Por um lado, representa ricamente seu tempo, revelando a vida de uma família inglesa abastada, a ameaça soturna da guerra, a tensão subjacente às relações familiares e os conflitos entre homens e mulheres; por outro lado, constitui-se numa delicada e pungente filigrana ficcional, sobre a inevitabilidade da passagem do tempo e da morte; propõe uma jornada ao interior da consciência dos personagens, num novo estilo narrativo; e, por último, como é próprio das grandes realizações artísticas, reflete sobre a própria natureza da arte.
A narrativa divide-se em dois momentos: 1910 e 1920 – antes e depois da guerra que assolaria a Europa. A ênfase na introspecção filosófica, no explorar das emoções inconscientes e a manipulação hábil de elementos narrativos estabelecem um novo paradigma no tratamento literário do tempo e da memória. Da mesma linhagem da literatura de Proust e James Joyce, Ao farol ocupa o lugar de monumento literário da modernidade, e sua influência ecoa até hoje nas mais diversas formas de arte.
✔ Livre: A Jornada de Uma Mulher em Busca do Recomeço, de Cheryl Strayed
-Editora Objetiva

Aos 22 anos, Cheryl Strayed achou que tivesse perdido tudo. Após a repentina morte da mãe, a família se distanciou e seu casamento desmoronou. Quatro anos depois, aos 26 anos, sem nada a perder, tomou a decisão mais impulsiva da vida: caminhar 1.770 quilômetros da chamada Pacific Crest Trail (PCT) – trilha que atravessa a costa oeste dos Estados Unidos – sem qualquer companhia. Cheryl não tinha experiência em caminhadas de longa distância e a trilha era bem mais que uma linha num mapa. “Minha caminhada solitária de três meses pela costa oeste teve muitos começos. Mas, na realidade, minha caminhada começou antes de eu sequer imaginar empreendê-la, mais precisamente quatro anos, sete meses e três dias antes, quando estava em um pequeno quarto da Clínica Mayo, em Rochester, Minnesota, e soube que minha mãe ia morrer”, escreve a autora.
O contato de Cheryl com a vida selvagem tem antecedentes. Ao completar 10 anos, sua família mudou-se para a área rural de Minnesota. Não havia eletricidade, água corrente, banheiro interno – nada, entretanto, que se comparasse ao que enfrentou na caminhada solitária. Como se não bastassem a exaustão, o frio, o calor, a dor, a sede e a fome, Cheryl tinha ainda que enfrentar outros fantasmas. “Todo processo de transformação pessoal depende de entrega e aceitação”, afirma.
✔ Garota Exemplar, de Gillian Flynn
-Editora Intrinseca

Alternando entre os pontos de vista de Nick e Amy, Flynn cria uma aura de dúvidas em que o cenário muda a cada capítulo. À medida que as revelações surgem, fica claro que, se existe alguma verdade nos discursos de Nick e Amy, ela é mais sombria, distorcida e assustadora do que podemos imaginar. Magistralmente bem construído do início ao fim, Garota Exemplar é um daqueles livros impossíveis de largar e sobre o qual se quer debater assim que a leitura termina.
✔ A Poderosa Chefona, de Tina Frey
-Editora Best Seller

Finalmente, a história de Tina Fey pode ser contada. De seus dias de adolescente nerd depravada até se tornar chefe do Saturday Night Live; de sua busca pouco entusiasmada pela beleza física até sua vida como mãe que come coisas do chão; de seu romance unilateral no colégio até sua lua de mel quase mortal – do início deste parágrafo até a última linha.
Tina Fey revela tudo e prova algo que sempre suspeitamos: você não é ninguém na vida até alguém chamá-lo de ‘chefe’.
✔ Os Lança-Chamas, de Rachel Kushner
-Editora Intrinseca

Passional, vulnerável e corajosa, Reno se junta a um grupo que a submete a uma espécie de educação sentimental. Ela logo começa a namorar um artista plástico chamado Sandro Valera, herdeiro distante de um império de pneus e motocicletas italianos. Quando eles visitam a família de Sandro na Itália, Reno se vê envolvida com membros dos movimentos radicais que tomaram conta daquele país nos anos 1970, e uma traição a jogará nos submundos da clandestinidade.
Ao questionar o entusiasmo juvenil e suas consequências, Rachel Kushner se lança em uma investigação intensa e envolvente sobre a mística do feminismo, da arte e do terrorismo. No centro de tudo está uma protagonista brilhantemente construída: uma jovem mulher vivendo no limite. Emocionante e corajoso, Os lança-chamas é um grande romance de uma escritora de talento e imaginação espetaculares.
✔ Persépolis, de Marjane Satrapi
-Editora Companhia das Letras

Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita, apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa.
Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares.
Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente,o humor se infiltra no drama e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.
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