A poesia viva de Manuel Bandeira reunida no livro ‘O Ritmo Dissoluto’ da Global Editora
Considerado o primeiro grande livro de poemas de Manuel Bandeira, “O Ritmo Dissoluto” representa o amadurecimento do poeta de Pasárgada, que, nesta composição, encontra e domina uma fala mais pessoal e mais intimista com os personagens e situações retratadas.

O livro promove um feito definitivo de Bandeira: a apropriação do poético que o toma de súbito, na força insuspeitada de um momento significativo que passaria sem registro se não fosse a absorvente presença de quem o reconhece, o acolhe e o formaliza com fluência natural.
[…]
Só mesmo estas crianças raquíticas
Vão bem com estes burrinhos descadeirados.
A madrugada ingênua parece feita para eles…
Pequenina, ingênua miséria!
Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis!
—Eh, carvoero!
Quando voltam, vêm mordendo num pão encarvoado,
Encarapitados nas alimárias,
Apostando corrida,
Dançando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos desamparados![…]
(Meninos Carvoeiros, p.51)
Nesses poemas, o poeta olha para fora e absorve, recriando-a, a intensidade das vivências mundanas, a poesia do que está a nossa volta e que perdemos por falta de atenção, de abertura afetiva de linguagem.
O próprio Bandeira considerou-o uma “transição […] para a afinação poética dentro da qual cheguei, tanto no verso livre como nos versos metrificados e rimados, isso do ponto de vista da forma; e na expressão das minhas ideias e dos meus sentimentos, do ponto de vista do fundo,à completa liberdade de movimentos”.
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